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Nos livros sagrados de árabes, persas, hindus ou judeus, os pássaros aparecem com os mais diferentes significados. No Corão, muitas vezes são tomados como sinônimos de "destino": "No pescoço de cada homem atamos seu pássaro" - está escrito. A obra célebre de Farid ud-Din Attar, A línguagem dos pássaros, indica que o Rei Salomão conhecia profundamente esta linguagem, percebendo no mítico pássaro Simorg um portador da Sabedoria. O Rig-Veda diz que "a inteligência é o mais rápido dos pássaros". A pomba surge nos Salmos (Velho Testamento da Bíblia), como símbolo de libertação da alma: "Tivera eu asas como a pomba e voaria e procuraria um pouso". Ainda no Velho Testamento, a pomba e o corvo exercem tarefa decisiva para os católicos após o dilúvio: "No fim de quarenta dias, Noé soltou o corvo, que foi e voltou, esperando que as águas secassem sobre a terra". Passado algum tempo, Noé solta uma pomba que retorna com um ramo de oliveira no bico. Novamente livre alguns dias depois, a pomba voa e não retorna mais, indicando que as águas haviam secado.
Os relatos míticos das mais diversas culturas estão igualmente povoados de seres híbridos (metade ave, metade humano) e de pássaros fantásticos, curiosos e portadores de poderes inimagináveis. Um dos mais lendários é a Fênix, de origem etíope, segundo Heródoto, mas também presente entre os chineses. Dotada de extraordinária longevidade, a Fênix tem o poder de renascer das cinzas, após se consumir no fogo de seu próprio ninho, construído com vergônteas perfumadas. No Livro dos Seres Imaginários, o escritor argentino Jorge Luis Borges registra a recorrência de várias criaturas misteriosas e entidades aladas, como as Harpias (aves com cara de donzela, "pálidas de uma fome que não podem saciar"), o Pássaro Roca (gigantesco parente da águia ou do abutre, que alimenta seus filhotes com elefantes), o Goofus Bird ("que voa para trás, porque não lhe importa onde vai, mas sim onde esteve") e o Shang Yang (que traz a chuva para os agricultores chineses, "pois bebe a água dos rios e a deixa cair sobre a terra").
Ademir Assunção
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