"Fé é o pássaro que sente a luz e canta quando a madrugada é ainda escura."
Rabindranath Tagore
O Agapornis é natural do continente africano, onde é encontrado em grupos pequenos, preferencialmente da mesma espécie, vivem numa vasta região na costa oeste (costa ocidental) da África do Sul, chegando a aparecer até na Namíbia, entre vegetações de pequenos arvoredos abertos e secos, e em montanhas com até 1600 metros.
São normalmente barulhentos, exceto quando pressentem algum perigo ou ameaça a seus ninhos. Sociáveis, vivem nas colônias até mesmo durante a época de acasalamento.
Seu nome, - de origem grega -, quer dizer "inseparável", devido à característica monogâmica da espécie - uma vez acasalado, o casal permanece unido até à morte. Ao perder um companheiro, o agapórnis solitário nunca terá a mesma graça e perderá parte da sua vivacidade, podendo até morrer.
Por isso, é conhecido como "pássaro do amor" (lovebird) nos EUA e inseparable, na França.
O bosque seria muito triste se só cantassem os pássaros que cantam melhor.
Rabindranath Tagore
Podiam ser acordes de um piano.
A rouca voz de uma guitarra.
Um cello caliente.
Era tão só um violino e uma gaivota nos céus".
(Camilo Pessanha)
Poetas e prosadores brasileiros de todas as épocas trouxeram o canto, as plumas e a liberdade do vôo dos pássaros para suas mitologias pessoais, desde a célebre "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias ("Minha tera tem palmeiras/Onde canta o sabiá") até os inusitados provérbios de Manoel de Barros ("Visto do alto por um socó o rio escorre como um vidro mole"). Mas onde o vôo mítico dos pássaros está mais presente entre nós, é justamente na memória ancestral dos povos indígenas. Claro: por viverem durante milênios no seio das florestas, pássaros de diferentes espécies eram e são seus "companheiros" naturais. Mais que isso: o Gavião-real, a Arara, a Coruja, o Beija-Flor, o Jacu, o Tucano ou o Socó, são Seres Ancestrais, que exerceram papel decisivo nos rumos da humanidade, quando o mundo era ainda apenas um território habitado por mistérios insondáveis.
Ademir Assunção
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Acredito que os filósofos voam como as águias e não como pássaros pretos. É bem verdade que as águias, por serem raras, oferecem pouca chance de serem vistas e muito menos de serem ouvidas, e os pássaros pretos, que voam em bando, param em todos os cantos enchendo o céu de gritos e rumores, tirando o sossego do mundo.
Galileu Galilei
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É língua muito transitiva a dos pássaros.
Não carece de conjunções nem de abotoaduras.
Se comunica por encantamentos.
E por não ser contaminada de contradições
A linguagem dos pássaros
Só produz gorjeios.
Manoel de Barros in Retrato do artista quando coisa
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“Não sei quando virá o amanhecer,
então abro todas as portas”.
Emily Dickinson