sábado, 30 de abril de 2011
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Alma Perdida
Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!
Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente…
Talvez sejas a alma, a alma doente
D’alguém que quis amar e nunca amou!
Toda a noite choraste… e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!
Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh’alma
Que chorasse perdida em tua voz!…
Florbela Espanca - Livro de Mágoas
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Por que partir tão cedo? inda vem longe o dia...
Ouves? é o rouxinol. Não é da cotovia
Esta encantada voz. Repara, meu amor:
Quem canta é o rouxinol na romãzeira em flor.
Toda a noite essa voz, que te feriu o ouvido,
Povoa a solidão como um longo gemido.
Abracemo-nos! fica! inda vem longe o sol!
Não canta a cotovia: é a voz do rouxinol!
William Shakespeare
quinta-feira, 14 de abril de 2011
sábado, 2 de abril de 2011
Tal qual um pássaro
"(…) Esgota, como um pássaro,
as canções que tens na garganta.
Canta. Canta para conservar a ilusão
de festa e de vitória.
Talvez as canções adormeçam as feras
que esperam devorar o pássaro.
Desde que nasceste
não és mais que um vôo no tempo.
Rumo ao céu?
Que importa a rota?
Voa e canta
enquanto resistirem tuas asas."
(Menotti del Pichia)
Assinar:
Postagens (Atom)