terça-feira, 23 de setembro de 2008

Lenda da gralha azul




Era madrugada, o sol não demoraria a nascer e a gralha ainda estava acomodada no galho amigo onde dormira à noite, quando ouviu a batida aguda do machado e o gemido surdo do pinheiro. Lá estava o machadeiro golpeando a árvore para transformá-la em tábuas.A gralha acordou. As pancadas repetidas pareciam repercutir em seu coração. Num momento de desespero e simpatia, partiu em vôo vertical, subiu muito além das nuvens para não ouvir mais os estertores do pinheiro amigo. Lá nas alturas, escutou uma voz cheia de ternura: - Ainda bem que as aves se revoltam com as dores alheias.


A gralha subiu ainda mais, na imensidão. Novamente a mesma voz a ela se dirigiu: - Volte avezinha bondosa, voa novamente para os pinheirais. De hoje em diante, Eu a vestirei de azul, da cor deste céu e, ao voltar ao Paraná, você vai ser minha ajudante, vai plantar os pinheirais. O pinheiro é o símbolo da fraternidade. Ao comer o pinhão, tira-lhe primeiramente a cabeça, para depois, a bicadas, abrir-lhe a casca. Nunca esquece de antes de terminar o seu repasto, enterrar alguns pinhões com a ponta para cima, já sem cabeça, para que podridão não destrua o novo pinheiro que dali nascerá. "Do pinheiro nasce a pinha, da pinha nasce o pinhão... Pinhão que alegra nossas festas, onde o regozijo barulhento é como um bando de gralhas azuis matracando nos galhos altaneiros dos pinheirais do Paraná. Seus galhos são braços abertos, permanentemente abertos, repetindo às auras que o embalam o meu convite eterno: Vinde a mim todos..."

A gralha por uns instantes atingiu as alturas. Que surpresa! Onde seus olhos conseguiam ver o seu próprio corpo, observou que estava todo azul. Somente ao redor da cabeça, onde não enxergava, continuou preto. Sim preto, porque ela é um corvídeo. Ao ver a beleza de suas penas da cor do céu, voltou célere para os pinheirais. Tão alegre ficou que seu canto passou a ser um verdadeiro alarido que mais parece com vozes de crianças brincando.



Esta lenda na verdade é um fato real. A Gralha-azul tem o hábito (sábio) de enterrar pinhões. Encontrado o local correto, ela pressiona-o a entrar, conferindo-lhe golpes com o bico, até a completa introdução. Não contente com isso, ainda coloca algum material das redondezas (folha, pedra, galho) em cima do local remexido, de forma a camuflar ou disfarçar o feito realizado

Beija-Flor












Beija-flores ou colibris






 

Os beija-flores ou colibris são os menores pássaros do mundo. São muito ágeis e irrequietos.Voam sem parar, em todas as direções, estão sempre à procura de néctar em cada flor que encontram.Agitados, independentes e espertos, essas graciosas avezinhas se aclimatam a qualquer temperatura ou tipo de vegetação. E em todo o mundo, seja qual for sua espécie,é admirado como o pássaro mais delicado e encantador.As penas do beija-flor brilham como diamantes e, com seus movimentos rápidos, parecem mudar de cor a cada momento. Seu bico mais se assemelha a uma espada fina e comprida, e sua língua é ainda duas vezes mais longa. Cada uma dessas características faz do beija-flor um pássaro muito original.Embora sejam muito pequenos, eles gastam uma grande quantidade de energia porque estão sempre em movimento: suas asas, por exemplo, são as mais rápidas, com cerca de setenta batidas por segundo. Para repor essas forças, eles estão sempre sugando as flores.Nenhum outro pássaro se compara aos beija-flores. Eles se lançam como uma flecha para a frente e para trás, para os lados, para cima e para baixo; podem dar marcha a ré ou ficar parados no ar batendo as asas com incrível rapidez. Nesse movimento elas ficam quase invisíveis, mas chegando bem perto é possível ouvir seu zumbido. Em poucos segundos eles já estão longe, sem que os olhos possam perceber.

Sua vida
é muito agitada. Apesar do seu tamanho, ele costuma gastar num só dia mais energia do que qualquer outro animal de sangue quente. Grande parte do dia ele passa procurando flores para sugar seu néctar.
Mas o beija-flor também gasta seu tempo em outras atividades, como tomar banho, por exemplo. Chapinhando em alguma fonte ou corrente d'água, sempre encontra maneiras variadas e criativas de tomar seu banho diário.
Muitos independentes, os beija-flores costumam comer, banhar-se ou descansar sempre sozinhos. Juntos, passam a maior parte do tempo brigando ou perseguindo um ao outro, a não ser na época de acasalamento. Seu namoro é breve e com bonitos torneios de vôo.

Beija-flor Tesoura






O Beija-flor Tesoura é uma espécie que não migra, permanecendo o ano inteiro na mesma região. Em dias frios, busca locais seguros e com boas fontes de alimento para se aquecer ao sol, ficando a maior parte do tempo pousado, pelo menos até a temperatura ambiente subir um pouco, quando sai para caçar insetos.

PATATIVA


Sai

SAI-AZUL

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Araponga


































Também conhecida como Ferreiro, é uma das aves mais famosas e típicas do sudeste do Brasil. É freqüentemente encontrada em cativeiro. Por ser muito procurada pelo mercado de aves de gaiola, é difícil encontrá-la perto dos grandes centros.


Descrição: branca, vista de longe parece um pombo correio; garganta e faces nuas e esverdeadas. A fêmea tem as partes superiores verdes, cabeça cinza e as partes inferiores são estriadas de amarelo-esverdeado e cinzento, garganta cinzenta e estriada. O macho imaturo é semelhante à fêmea mas com cabeça e garganta negras, substitui as penas verdes sucessivamente por cinzento-esverdeadas e brancas. Torna-se todo branco com três anos de idade. Canto: é composto de dois elementos: - uma "martelada" que parece o som de um golpe dado sobre uma bigorna, batida violentíssima emitida pela ave com a boca largamente aberta. É uma das mais fortes vozes emitidas pelas aves deste continente. Este grito pode repetir-se em intervalos de 5 segundos e soa sempre como uma martelada. - gritos menos fortes que soam como uma lima sobre o ferro, repetidos em intervalos de 1 segundos.


Na mata, o som estridente da martelada sobre uma bigorna é indicativo de boa qualidade de ambiente.

Cuco

Quem nunca ouviu aquele som característico de um relógio, mesmo que seja em filme; cuco, cuco, cuco!!!!
Ao contrário do que muitos pensam, esse som não se trata de invenção humana, e sim de um pássaro da família dos cuculiformes, é um pássaro estranho, porém o que mais chama a atenção é seu modo de vida.

O cuco europeu põe os seus ovos em ninhos de outros pássaro, porém antes disso, a fêmea se preocupa em destrui-los para que a outra fêmea não dê falta deles, assim os ovos do cuco são chocados.
Os pais adotivos cuidam dos agressivos filhotes até que esses possam voar.

Existem na Europa, América do norte(as espécies americanas são bons pais) e representantes da família dos cuculídeo também existe no Brasil.

Obs:.Muitos passarinhos pequenos, sofrem com a intrusão de um cuco , que joga fora os ovos para fora do ninho, põe então os seus ovos e depois vai embora. Assim , a pequena mãezinha cria o enorme bebê-cuco como se fosse seu.





Le coucou l'horloge : " Grande paresseuse !
Je bats la seconde, moi, et en plus je chante ! "

domingo, 21 de setembro de 2008

Curió


















O nome Curió na língua tupi guarani significa "Amigo do Homem", pois este pássaro gostava de viver perto da aldeia dos índios. Esta característica de se aproximar do ser humano, a sua elegância, a enorme capacidade de disputar pelo canto quem é o dominador do território, e a enorme qualidade de seu canto, fez do curió um amigo muito estimado entre os criadores e amantes de pássaros em geral. O bicudo (oryzoborus maximiliani) é um parente muito próximo do curió e também excelente cantor, só que um pouco maior e é todo preto e com a mesma mancha branca na asa. O canto de curiós e bicudos é tão apreciado que, nos concursos, essas qualidades são muito importantes.

O Curió aprende a cantar desde pequeno com o pai, porém, os aconselham que os filhotes ouçam o canto do pai, somente se este canto for perfeito. As aves emitem sons que podem exprimir alegria, tristeza, aviso de alerta, dentre outros. Há uma grande variedade de cantos, e varia de região para região, havendo casos de pássaros que emitem até 40 assobios diferentes.

O canto da cotovia

Cotovia
























É conhecida pelo seu canto característico. O seu vôo é ondulante, caracterizado por descidas rápidas e ascensões lentas alternadas. Os machos elevam-se até aos 100 metros ou mais, até parecer apenas um ponto no céu onde descreve círculos e continua a cantar.

É difícil de distinguir no chão devido ao seu dorso acastanhado com estrias escuras. O seu ventre é pálido, com manchas alvacentas.

Alimenta-se de sementes. Na época do acasalamento acrescenta ao seu regime alimentar alguns insectos.

A cotovia foi também o nome informal da V Alaudae, uma legião romana recrutada por Júlio César.


Na literatura

* A cotovia tem sido muito utilizada em canções e em poemas (é o nome de uma editora portuguesa especializada em poesia).
* Na peça de William Shakespeare, Romeu e Julieta, os dois amantes, depois de uma noite de amor, discutem se o pássaro que ouvem lá fora é a cotovia ou o rouxinol, preferindo este último, que canta durante a noite, enquanto a cotovia anuncia o dia e, com ele, a separação dos amantes.
* São Francisco de Assis tinha nas cotovias suas amigas prediletas na natureza, as chamava irmãs cotovias, a literatura franciscana é repleta de citações destes pássaros.
* Uma ode, de Percy Bysshe Shelley sobre a cotovia inicia-se com uma frase bem conhecida do público anglófono:

Hail to thee, blithe spirit!
Bird thou never wert!

Avé, alegre espírito!
Tu que nunca foste pássaro!

* Na obra Les Miserables de Victor Hugo, o autor conta em determinado trecho a história de uma linda menina (Cosette) que após ser deixada aos cuidados de uma família má, devido aos maus tratos e trabalhos forçados, adquire um aspecto doente e fica muito magra, devido a isto as pessoas que a conhecem começam a chamá-la Cotovia.


Um canto que vai longe




















Chova ou faça sol, as cotovias gostam de cantar, e seu canto, muitas vezes descrito pelos poetas, dura vários minutos sem interrupção. Mas esse pássaro marrom tem muitos inimigos. Apesar de sua plumagem, que o torna praticamente invisível sobre a terra, é frequentemente vítima de animais carnívoros e aves de rapina. Em alguns países europeus, a cotovia é considerada como caça e o homem é mais um item em sua lista de inimigos.



Voa bem e é igualmente ágil no solo. Sua dieta é mista, abrangendo tanto insetos como sementes. Durante a estação de acasalamento, os machos se tornam muito agressivos e ocorrem freqüentes disputas entre rivais.




A fêmea faz o ninho no chão, em campo aberto ou em pântanos. Põe de 2 a 6 ovos e os choca durante quinze dias. Os filhotes são alimentados pelo casal de pais. Deixam o ninho depois de uma semana, antes de terem aprendido a voar. Existem cerca de 75 espécies de cotovia em todo o mundo.




Cotovia





















Alô, cotovia!
Aonde voaste,
Por onde andaste,
Que saudades me deixaste?
- Andei onde deu o vento.
Onde foi meu pensamento
Em sítios, que nunca viste,
De um país que não existe . . .
Voltei, te trouxe a alegria.
- Muito contas, cotovia!
E que outras terras distantes
Visitaste? Dize ao triste.
- Líbia ardente, Cítia fria,
Europa, França, Bahia . . .

- E esqueceste Pernambuco,
Distraída?

- Voei ao Recife, no Cais
Pousei na Rua da Aurora.

- Aurora da minha vida
Que os anos não trazem mais!

- Os anos não, nem os dias,
Que isso cabe às cotovias.
Meu bico é bem pequenino
Para o bem que é deste mundo:
Se enche com uma gota de água.
Mas sei torcer o destino,
Sei no espaço de um segundo
Limpar o pesar mais fundo.
Voei ao Recife, e dos longes
Das distâncias, aonde alcança
Só a asa da cotovia,
- Do mais remoto e perempto
Dos teus dias de criança
Te trouxe a extinta esperança,
Trouxe a perdida alegria.

Manuel Bandeira

Allouete






















Mon amour
Je vois la lune briller
Pourquoi tu vas maintenant partir
La bas la nuit encore
C'est la reine du monde
Reste plus une seconde
Reste plus une seconde
Viens avec moi
La lumière du jour
Nous découvrira
et, seulement la nuit nous cachera
C'est l`amour impossible
Que le monde n'entend rien
Reste plus un moment
Reste plus un moment
Rest avec moi
Alors tu t'es trompé
Il a eté le rossignol
Qui t'a fait réveiller
Mais non l'allouette
Que porte pour nous le jour
Reste plus une seconde
Oublie le monde
Viens avec moi
TRADUÇÃO
"Cotovia"
Meu amor
Eu vejo a lua brilhar
Por que você quer partir agora ?
Lá longe, a noite é calma
É a rainha do mundo
Fica mais um segundo, fica mais um segundo
Vem comigo
A luz dos meus dias
Descobrir-nos-á
E somente a noite
Esconde-nos-á
É o amor impossível
Que o mundo não entende (nada)
Fica mais um momento, fica mais um momento
Fica comigo
Então, você está enganado
Foi o rouxinol
Que te acordou
E não a cotovia
Que nos traz os dias
Fica mais um segundo
Esquece o mundo, vem comigo.


Denise Emmer

sábado, 20 de setembro de 2008

Gralha azul




















GRALHA-AZUL (Cyanocorax caeruleus)

A Gralha-azul é um membro da família dos Corvídeos, que são aves com ampla distribuição geográfica, que ocorrem principalmente em regiões de clima temperado. No Brasil, esta espécie é encontrada na área que atinge do Estado de São Paulo até o Rio Grande do Sul.

É uma ave de médio porte (39 cm de comprimento) e de aspecto robusto. O corpo tem coloração azul reluzente; a cabeça, a garganta e o peito são negros, com as penas da fronte arrepiadas. Seus olhos são escuros. A coloração da plumagem é semelhante, tanto na fêmea como no macho.

Habitante de florestas, ocorre principalmente nas áreas de floresta com araucária. No Estado do Paraná, a Gralha-azul é oficialmente reconhecida como ave-símbolo, por intermédio da Lei nro. 7957, de novembro de 1984.

Embora cientificamente não comprovado, muitas pessoas acreditam que a Gralha-azul "planta o pinhão" (semente do pinheiro). Na verdade, esta ave é considerada um agente dispersor em potencial das sementes do pinheiro. Durante a atividade de alimentação as gralhas transportam o pinhão de uma árvore para a outra, deixando muitas vezes cair a semente ao chão, a qual penetra no solo devido ao impacto da queda, vindo a germinar postenormente.

Entretanto, esta espécie de ave não é totalmente dependente das matas de araucária, apesar de suas relações com o pinheiro. Sua área de distribuição abrange também os domínios da Floresta Atlântica.

Apesar de facilmente encontrada em sua área de ocorrência, a Gralha-azul leva hoje o status de vulnerável, principalmente devido à destruição de seu habitat natural. No Estado do Paraná, sua principal área de ocorrência atual, restam, hoje, cerca de 3% de sua cobertura vegetacional original, reduzindo drasticamente as populações de Gralha-azul.

ROBERTO BÓÇON Biólogo - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMAPR

Corrupião





















Pássaro famoso pela beleza e pelo canto possante , de freqüentes entonações melancólicas. Seus recursos vocais são tantos que lhe permitem imitar outras aves e trechos de música.


Tangará


























Tangará, também conhecido como Dançador

Nome científico: Chiroxiphia caudata

De todas as aves, o dançador macho é, sem dúvida, a que passa mais tempo se exibindo para as fêmeas. Durante quase todo o ano ele pode ser visto saltando de galho em galho ou, conforme a espécie, dançando no chão. As fêmeas, atraídas por essas exibições, escolhem um parceiro. Logo depois do acasalamento, vão-se embora, enquanto o macho retoma sua dança para seduzir outras fêmeas.

Há dezenas de espécies de tangarás nas florestas tropicais da América, das Antilhas e ao sul do Brasil. São passarinhos pequenos e rechonchudos, de plumagem pardacenta nas fêmeas e brilhantemente colorida nos machos.

Comem principalmente frutos, mas também pequenos insetos e até aranhas. A dieta variada facilita a procura de alimento, dando tempo aos machos para se dedicar às suas exibições. É a fêmea que constrói, numa moita, um pequeno ninho de folhas e musgo, atapetado de teias de aranha. Aí põe dois ovos, que choca durante três semanas. Os filhotes são alimentados principalmente com insetos para crescerem mais depressa.


Saúde Animal - www.saudeanimal.com.br

Cambacica
























Alimenta-se principalmente de néctar, sendo capaz de perfurar as flores perto de suas bases quando as flores são profundas demais.
O cambacica habita toda a America Tropical. Nas Índias ocidentais entram em casas e chegam a
comer açúcar de potes. Possui plumagem da sobrancelha branca, margeada de negro, das costas e cabeca cinzenta-escuros, da garganta cinzenta clara e no ventre e uropigio amarelos.
O Rio grande do Sul possui cambacicas mais ao litoral , às vezes no interior do estado, e visto comumente na Corticeira do Banhado, Erythrina-crista-galli, as especies do Rio Grande do Sul ocorrendo um padrão na coloração, mas não é exclusivo do Sul. Alguns cambacicas foram vistos batendo as asas como beija-flores quando se alimentam de água com açúcar para os beija-flores em bebedouros.

Bibliografia:
Sick, H. 1997. Ornitologia Brasileira. Volume Único, Editora Nova Fronteira.

Saíra




















Nome Científico: Tangara cyanocephala.
Também conhecida como: Saíra-militar, Saíra-fogo, Soldadinho.
Distribuição: Ocorre do Ceará ao Rio Grande do Sul.

O pássaro que desbota

O pássaro que desbota

Tiê-sangue – O pássaro que desbota quando preso

passaroTieSangue.jpg Temos em nossa fauna um pássaro especial. É o tié-sangue.
É avistado próximo às restingas, capoeiras e beiras de mata do litoral do Brasil.
Suas asas são vermelhas como o sangue, por isso ganhou esse nome.
Possui a cauda negra e uma linda mancha branca no bico.
As lindas cores do tié-sangue atraem os criadores, mas é impossível apreciar sua beleza em cativeiro, visto que ele fica com uma cor pálida, alaranjada, desbotada; pois, entre a variedade dos frutos de que o passarinho se alimenta, há alguns que contém um pigmento de nome astaxantina, que mantêm sua coloração.
A beleza do tiê está na proporção de sua liberdade. Quanto mais livre, mais belo.
Nesse aspecto, o ser humano se parece muito com o tiê. Precisa estar livre para ser belo, para ser feliz.
Precisa alçar voos com o pensamento, nutrir-se de ideias e sentimentos, inter-relacionar-se com os outros e com o cosmos.
Necessita conhecer as verdades do universo, bem como as que estão em sua intimidade espiritual. O jovem, em especial, que tem tanta sede de liberdade, muitas vezes se deixa aprisionar pelos vícios de variada ordem, enfraquecendo e tornando-se pálida sombra que caminha a passos largos para a derrota.
Jovens que deveriam mostrar suas cores e virtudes individuais, deixam-se levar pela falsa necessidade de se confundir com o grupo, caindo no cativeiro infeliz forjado pelas mídias e pela opinião dos outros.
Quem se deixa conduzir pelos modismos, pelas ideias medíocres que tentam fazer do jovem um ser sem vontade própria, é como um pássaro que empalidece, desbota, muda de cor, perde o brilho.
Mas os efeitos desse tipo de cativeiro não são apenas na aparência externa. O prisioneiro dos vícios perde a alegria de viver, perde a saúde, perde a esperança. E o jovem, tal qual o tiê-sangue, precisa voar alto, mas com a mente arejada pelas ideias saudáveis da confiança no Criador do universo, nas leis soberanas que regem a vida.
***
Jovem, conhece-te a ti mesmo e voa no rumo da tua própria liberdade.
Voa sem peias, alimentando-te de nobres sentimentos, de experiências saudáveis, de práticas caridosas, a fim de manter tua cor bela e atractiva, não te deixando aprisionar pela ignorância, que te faria empalidecer ou desbotar.
Sê como o tiê-sangue, livre e belo, nas andanças das múltiplas existências.
Mas não esqueças da responsabilidade necessária para que, verdadeiramente, se instaure a liberdade em tua vida.
E lembra-te sempre de que a tua beleza está na proporção da tua real liberdade.
Quanto mais livre, mais belo.

Alma perdida





Toda esta noite o rouxinol chorou,
Gemeu, rezou, gritou perdidamente!
Alma de rouxinol, alma da gente,
Tu és, talvez, alguém que se finou!

Tu és, talvez, um sonho que passou,
Que se fundiu na Dor, suavemente...
Talvez sejas a alma, a alma doente
Dalguém que quis amar e nunca amou!

Toda a noite choraste... e eu chorei
Talvez porque, ao ouvir-te, adivinhei
Que ninguém é mais triste do que nós!

Contaste tanta coisa à noite calma,
Que eu pensei que tu eras a minh'alma
Que chorasse perdida em tua voz!...


Florbela Espanca

Canto do uirapuru

Uirapuru


Há uma lenda que nos conta que o famoso pássaro era inicialmente um índio que se apaixonou perdidamente pela esposa de um cacique indígena. Incapaz de viver este amor impossível pediu para ser transformado em ave para amenizar a sua dor. Desde então passou a cantar à noite uma bela melodia para fazer a sua amada dormir. Porém, a sua voz despertou o interesse do cacique que perseguiu o Uirapuru e o tentou capturar. Apavorado, voou para as profundezas da floresta enquanto o cacique, na sua perseguição, se perdeu para sempre. Mas todas as noites o Uirapuru voltava para acalentar os sonhos do seu amor e esperando também, que talvez um dia, a índia pudesse reconhecê-lo e despertá-lo do seu encanto.

Canto do rouxinol

Rouxinol

























Sejamos mais parecidos com o Rouxinol do que com a Cotovia. A Cotovia sabe cantar lindamente enquanto o sol ilumina e aquece. Mas o Rouxinol sabe cantar à noite, quando já não há luz nem calor, e canta através das trevas na ante-sala do amanhecer.


(O Rouxinol é o único pássaro a cantar mais de trinta cantos diferentes, tanto durante o dia ou a noite. Seu canto belíssimo traz êxtase e encantamento àqueles que o ouvem).

Canto do bem-te-vi

Bem-te-vi

O Bem-te-vi é uma ave conhecida em quase todos os países. Veja os selos criados com o tema Bem-te-vi:

Uruguai  (1962)
Uruguai (1962)

Venezuela (1962)
Venezuela (1962)

Argentina (1963)
Argentina (1963)

Honduras Britânica (1964)
Honduras Britânica (1964)

Suriname (1966)
Suriname (1966)

Guiana (1968)
Guiana (1968)

Nicaragua 1787 (1971)
Nicaragua (1971)


Brasil (1998)

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

HISTÓRIA DE BEM-TE-VI

Escrito por Cecília Meireles

Com estas florestas de arranha-céus que vão crescendo, muita gente pensa que passarinho é coisa só de jardim zoológico; e outras até acham que seja apenas antigüidade de museu. Certamente chegaremos lá; mas por enquanto ainda existem bairros afortunados onde haja uma casa, casa que tenha um quintal, quintal que tenha uma árvore. Bom será que essa árvore seja a mangueira. Pois nesse vasto palácio verde podem morar muitos passarinhos.

Os velhos cronistas desta terra encantaram-se com canindés e araras, tuins e sabiás, maracanãs e "querejuás todos azuis de cor finíssima...". Nós esquecemos tudo: quando um poeta fala num pássaro, o leitor pensa que é leitura...

Mas há um passarinho chamado bem-te-vi. Creio que ele está para acabar.

E é pena, pois com esse nome que tem — e que é a sua própria voz — devia estar em todas as repartições e outros lugares, numa elegante gaiola, para no momento oportuno anunciar a sua presença. Seria um sobressalto providencial e sob forma tão inocente e agradável que ninguém se aborreceria.

O que me leva a crer no desaparecimento do bem-te-vi são as mudanças que começo a observar na sua voz. O ano passado, aqui nas mangueiras dos meus simpáticos vizinhos, apareceu um bem-te-vi caprichoso, muito moderno, que se recusava a articular as três sílabas tradicionais do seu nome, limitando-se a gritar: "...te-vi! ...te-vi", com a maior irreverência gramatical. Como dizem que as últimas gerações andam muito rebeldes e novidadeiras achei natural que também os passarinhos estivessem contagiados pelo novo estilo humano.

Logo a seguir, o mesmo passarinho, ou seu filho ou seu irmão — como posso saber, com a folhagem cerrada da mangueira? — animou-se a uma audácia maior Não quis saber das duas sílabas, e começou a gritar apenas daqui, dali, invisível e brincalhão: "...vi! ...vi! ...vi! ..." o que me pareceu divertido, nesta era do twist.

O tempo passou, o bem-te-vi deve ter viajado, talvez seja cosmonauta, talvez tenha voado com o seu team de futebol — que se não há de pensar de bem-te-vis assim progressistas, que rompem com o canto da família e mudam os lemas dos seus brasões? Talvez tenha sido atacado por esses crioulos fortes que agora saem do mato de repente e disparam sem razão nenhuma no primeiro indivíduo que encontram.

Mas hoje ouvi um bem-te-vi cantar E cantava assim: "Bem-bem-bem...te-vi!" Pensei: "É uma nova escola poética que se eleva da mangueira!..." Depois, o passarinho mudou. E fez: "Bem-te-te-te... vi!" Tornei a refletir: "Deve estar estudando a sua cartilha... Estará soletrando..." E o passarinho: "Bem-bem-bem...te-te-te...vi-vi-vi!"

Os ornitólogos devem saber se isso é caso comum ou raro. Eu jamais tinha ouvido uma coisa assim! Mas as crianças, que sabem mais do que eu, e vão diretas aos assuntos, ouviram, pensaram e disseram: "Que engraçado! Um bem-te-vi gago!"

(É: talvez não seja mesmo exotismo, mas apenas gagueira...)


Texto extraído do livro “Escolha o seu sonho”, Editora Record – Rio de Janeiro, 2002, pág. 53.

O Rouxinol e a Flor


No campo, perto da grande estrada, estava situada uma gentil morada que você já deve ter notado. Na frente dela se encontra um jardim com flores e uma paliçada verde; não longe dali, no meio da erva fresca, floria uma pequena margarida.
























Graças ao Sol que a aquecia com seus raios assim como às grandes e ricas flores do jardim, ela se desenvolvia hora a hora. Certa manhã, inteiramente aberta, com suas pequenas pétalas brancas e brilhantes, que se pareciam com um Sol em miniatura rodeado de seus raios.


Quando a percebiam na relva e a fitavam como a uma flor insignificante, ela se inquietava um pouco. Vivia contente, respirava as delícias do calor do Sol e ouvia o canto do rouxinol que se elevava nos ares.


E assim a pequena margarida estava feliz como num dia de festa, embora fosse apenas segunda-feira. Enquanto as crianças, sentadas no banco da escola, aprendiam as suas lições, ela, sustentada por seu caule verde, aprendia sobre a beleza da natureza e sobre a bondade de Deus, e parecia-lhe que tudo o que sentia em silêncio, o pequeno rouxinol exprimia perfeitamente em suas canções felizes.



Assim ela olhava com uma espécie de respeito o pássaro feliz que cantava e voava mas não sentia a mínima vontade de fazer outro tanto.
Eu vejo e ouço - pensou ela - o Sol me aquece e o vento me beija. Oh! eu faria mal se me queixasse.


Dentro do jardim havia uma quantidade de flores lindas e viçosas; quanto menos perfume tinham mais bonitas eram. As peônias se inflavam a fim de parecerem maiores do que as rosas; mas não é o tamanho que faz uma rosa. As tulipas brilhavam pela beleza de suas cores e se pavoneavam com pretensão; não se dignavam lançar um olhar sobre a pequena margarida, enquanto que a pobre as admirava dizendo:


- Como são ricas e belas! Sem dúvida o ppássaro maravilhoso vai visitá-las. Obrigada, meu Deus, por poder assistir a esse belo espetáculo.
E, no mesmo instante, o rouxinol levantava seu vôo, não para as peônias e as tulipas, mas para a relva ao lado da pobre margarida, que, louca de alegria, não sabia mais o que pensar. O pequeno pássaro começou a saltitar em volta dela cantando:


- Como a relva é macia! Oh! A encantado a florzinha de coração de ouro e vestido de prata!
Não se pode fazer uma idéia da bondade da pequena flor. O pássaro a beijou com seu bico, cantou à sua frente, depois subiu para o azul do céu. Durante mais de um quarto de hora, a margarida não pôde se refazer da sua emoção. Um pouco envergonhada, mas orgulhosa no fundo do coração, ela olhou para as outras flores do jardim. Testemunhas da honra de que fora alvo, elas deveriam compreender a sua alegria; mas as tulipas ainda estavam mais rígidas do que antes; sua figura vermelha e pontuda exprimia seu despeito.

As peônias levantavam a cabeça com soberba. Que sorte para a margaridinha que elas não pudessem falar! Teriam dito coisas bem desagradáveis.


A florzinha apercebeu-se e ficou triste com aquele mau humor.
Alguns instantes depois, uma menina armada de uma grande faca afiada e brilhante entrou no jardim, aproximou-se das tulipas e cortou-as uma a uma.
- Que infelicidade! - disse a margaridinnha suspirando - eis uma coisa pavorosa!
E enquanto a menina levava as tulipas, a margarida se alegrava por não ser mais do que uma florzinha no meio da relva. Apreciando a bondade de Deus e cheia de reconhecimento, ela fechou suas folhas no fim do dia, adormeceu e sonhou a noite inteira com o Sol e o pequeno pássaro.




















Na manhã seguinte, quando a margarida abriu suas pétalas ao ar e à luz, reconheceu a voz do pássaro, mas seu canto era muito triste. O coitado fôra aprisionado dentro de uma gaiola e suspenso na varanda. Cantava a felicidade da liberdade, a beleza dos campos verdejantes e as antigas viagens pelos ares. A pequena margarida bem que quisera ir em seu auxílio: mas que fazer? Era uma coisa difícil. A compaixão que ela sentia pelo pobre pássaro cativo fez com que se esquecesse das belezas que a rodeavam, o doce calor do Sol e a brancura extasiante de suas próprias pétalas. Logo dois meninos entraram no jardim; o mais velho levava na mão uma faca comprida e afiada como a da menina que cortara as tulipas. Dirigiram-se para a margarida que não podia compreender o que eles queriam.


- Aqui nós podemos levar um belo pedaço de erva para o rouxinol - disse um dos meninos - e começou a cortar um quadrado profundo em volta da pequena flor.
- Arranque a flor! - disse o outro. Ao oouvir essas palavras a margarida tremeu de medo. Ser arrancada significava perder a vida; e jamais ela gostara tanto a existência como naquele momento em que esperava entrar com a grama na gaiola do pássaro cativo.


Não, deixemo-la aí - respondeu o maior - ela está muito bem colocada.
E assim ela foi poupada e entrou na gaiola do pássaro. O pobre pássaro, lamentando amargamente o seu cativeiro, batia com as asas nos ferros da gaiola. E a pequena margarida não podia, malgrado todo o seu desejo, fazê-lo ouvir uma palavra de consolo.
E assim se passou o dia.
- Não há mais água aqui - gritava o prissioneiro - todos saíram sem me deixar uma gota de água. Minha boca está seca e tenho uma sede terrível! Ai de mim! Vou morrer, longe do Sol brilhante, longe da fresca erva e de todas as magnificências da criação!


Mergulhou o bico na erva úmida a fim de refrescar-se um pouco. Seu olhar caiu sobre a pequena margarida; fez um sinal amistoso e disse ao beijá-la:
- Você sim, pequena flor, perecerá aqui!! Em troca do mundo que eu tinha à minha disposição, deram-me algumas folhas de relva e você como companhia. Cada folha de erva deve ser para mim uma árvore; cada uma de suas pétalas brancas uma flor odorífera. Ah! Você me faz lembrar tudo aquilo que eu perdi!
- Se eu pudesse consolá-lo? - pensava a margarida, incapaz de fazer o mínimo movimento.

No entanto, o perfume que ela exalava tornava-se cada vez mais forte; o pássaro compreendeu e, enquanto enfraquecia com uma sede devoradora que o fazia arrancar todos os pedaços de relva, tomava cuidado para não ferir a flor.
A noite chegou; ninguém estava lá para levar uma gota de água para o pobre pássaro. Então ele abriu suas belas asas sacudindo-as convulsivamente e fez ouvir uma pequena canção melancólica. Sua cabecinha se inclinou para a flor e seu coração ferido de desejo e de dor cessou de bater. A esse triste espetáculo, a margaridinha não pôde, como na véspera, fechar suas pétalas para dormir; trespassada pela tristeza, caiu ao solo.


Os meninos não chegaram senão no dia seguinte. Ao verem o pássaro morto, choraram muito e abriram uma sepultura. O corpo encerrado numa linda caixa vermelha foi enterrado realmente, e sobre seu túmulo semearam pétalas de rosa.



Pobre pássaro! enquanto ele vivia e cantava, haviam-no esquecido em sua gaiola e deixaram-no morrer de sede; depois de sua morte, choravam-no e enchiam-no de honrarias. A relva e a margarida foram jogadas no pó da estrada; e ninguém nem pensou que algum dia ela tivesse podido amar tão profundamente o pequeno pássaro.



Hans Christian Andersen

quinta-feira, 18 de setembro de 2008










Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam vôo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada
par de mãos e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Mário Quintana

Curió








O cantar do Curió
É um canto mavioso,
Suave, terno, gostoso,
Que faz a gente sentir,
Mesmo estando tão só,
A presença do amor,
A vida cheia de luz
Um mundo cheio de cor,
A nota que nos conduz
Em acordes delicados-
Dó, ré, mi, sol, lá si, dó -
A verdade do presente,
A lembrança do passado
A existência de Jesus
A velar por todos nós!

Antonio Manoel Abreu Sardenberg

Canto do canário

CANÁRIOS DE COR




Branco Filhotes Linhagem Premiada Geneticamente de caráter recessivo responsável pela ausência absoluta de carotenóide, o branco absoluto. Branco Dominante

Branco Dominante



Amarelo Intenso

Amarelo Nevado

Ágata Topázio Amarelo Mosaico Fêmea

Isabel Amarelo Intenso



Vermelho Intenso

Cobre Intenso

Ágata Onix Vermelho Mosaico Fêmea


Azul Rescessivo

MELÂNICOS sem fator Azul Dominante
O canário negro de cor de fundo branco dominante tem uma cor chumbo.

Azul Dominante

Verde Intenso

Canário Verde
A eumelanina negra dispersa juntamente com a cor lipocromica de fundo amarelo





Ágata Vermelho Mosaico Macho

Cobre Mosaico Fêmea





Cobre Onix Mosaico Macho e Fêmea