![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_KQJD0cZgsFuyneBxshwSu6n1lhp9U4L44Ieh7ey2TyOBWaOx29fg0N5W7N_dHqpIVGFAxnbDxujbeYmM9PwPM_uY4VXVE9F5cp3dO_SDumpU14CwYI2fhDGobErA44f1093IEnjRBiPy/s400/ncard23.jpg)
"Existe uma lenda acerca de um pássaro
que só canta uma vez na vida,
com mais suavidade
que qualquer outra criatura sobre a terra.
A partir do momento em que deixa o ninho,
começa a procurar um espinheiro-alvar,
e só descansa quando o encontra.
Depois, cantando entre os galhos selvagens,
empala-se no acúleo mais agudo e mais comprido.
E, morrendo, sublima a própria agonia
e despede um canto mais belo que o da cotovia e o de rouxinol.
Um canto superlativo, cujo preço é a existência.
Mas o mundo inteiro pára para ouvi-lo,
e Deus sorri no céu.
Pois o melhor só se adquire à custa de um grande sofrimento ...
Pelo menos é o que diz a lenda.
O pássaro com o espinho cravado no peito segue uma lei imutável;
impelido por ela, não sabe o que é empalar-se, e morre cantando.
No instante em que o espinho penetra não há consciência nele
do morrer futuro;
limita-se a cantar e canta até que não lhe sobra vida para emitir uma única nota.
Mas nós, quando enfiamos os espinhos no peito,
nós sabemos.
Compreendemos.
E assim mesmo o fazemos...
Assim mesmo o fazemos...
Colleen McCullough
Nenhum comentário:
Postar um comentário