
Há mais de mil anos, num suntuoso palácio, vivia o imperador da China. À volta do palácio, havia um enorme jardim e uma floresta, de onde se via o mar. Entre as árvores, um rouxinol cantava maravilhosamente. Muitas pessoas iam de longe para ouvi-lo, pois o seu canto dava alegria a todos. Quando a sua fama chegou ao palácio, o iimperador mandou buscá-lo e nomeou-o chefe dos músicos da corte. A partir daí, a vida melhorou no império. Um dia, o imperador do Japão ofereceu ao monarca chinês um rouxinol mecânico, feito de ouro e de pedras preciosas. As pessoas acharam-no maravilhoso e esqueceram o rouxinol da floresta, que era mais vulgar. Desprezado, o rouxinol saiu do palácio. Na Primavera, as pessoas aperceberam-se que o canto do rouxinol mecânico era monótono e não alegrava ninguém. O próprio imperador da China adoeceu. Quando estava quase a morrer, ouviu o canto do rouxinol da floresta, que regressara para o salvar apesar de ter sido injustiçado. O soberano recuperou a saúde e nomeou-o novamente Músico Chefe da Corte. Mas o rouxinol recusou amavelmente a proposta imperial: valia muito mais a sua floresta do que a gaiola de ouro. Todavia, sempre que fosse necessário, poderia voltar ao palácio, transmitindo bem-estar e paz a todos.
inteligente. Seu canto parece uma gargalhada (no Sul dizem que, quando ele canta, é sinal de bom tempo) e é amigo de todos, lutando para salvar seu ninho, sua casa. Um dia, conta-se, brigou com Tapera (andorinha), que chegou a dominá-lo e despejou-o do ninho ainda em construção. A fêmea, conhecida como "Joaninha-de-barro" ou "Maria-de-Barro", ajuda na construção do ninho, mas parece não ser constante, abandonando o macho. O João-de-Barro é fiel até o fim e, por isso, quando percebe que a esposa mudou de amor, tampa a abertura da casa, fechando-a para sempre.










































