sexta-feira, 18 de abril de 2008
Uirapuru
Dizem que uma pena do uirapuru, colocada sob o travesseiro do amado, o tornará fiel e enamorado da mulher pelo resto da vida; uma palha do ninho, levada pelo homem, o deixará irresistível a todas as mulheres. Essas são lendas correntes a respeito desse pássaro maravilhoso e isso o torna num dos pássaros mais populares e enigmáticos do Brasil. Menor que o tico-tico vulgar e dotado de uma plumagem marrom e alaranjada, pode ser encontrado, muito raramente, nas regiões do Norte do País, principalmente nos Territórios do Amapá e Rondônia, no Norte do Pará e nos Estados do Amazonas e do Acre. É dificilmente visto, já que exige, para viver, condições ecológicas intermediárias entre as do seringal seco e do úmido. Alimenta-se exclusivamente de insetos e esta é uma das razões pelas quais o pássaro não pode adaptar-se ao cativeiro. O que impressiona é o seu canto. O canto do uirapuru só se ouve cerca de 15 dias por ano, sempre na ocasião da procriação, quando está construindo o ninho. Proferido poucos dias por ano, mesmo nestes o canto tem pequena duração, de cinco a dez minutos, em geral ao amanhecer e ao entardecer. É uma emissão vocal delicada, imitando as notas de uma flauta, que se distinguem com fraca intensidade. Completamente diferente do de qualquer outra ave, causa espécie o fato de se encontrar na Natureza som de tal pureza musical. Diz-se que, quando o uirapuru canta, os outros pássaros permanecem em silêncio, embevecidos com a harmonia e perfeição dos sons que ele lança no espaço.
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